Thursday, February 02, 2012

Condução



Na estrada, acho que em algum ponto em São Gonçalo, caminho com minha mãe e deliberamos sobre como voltarmos para casa. Em princípio estávamos indo para Ipanema e estamos vendo se vamos de taxi direto ou se pegamos o ônibus. A questão é que de taxi é mais dispendioso.

Encontro com o meu tio no caminho. Ele espera seu ônibus e pergunta que condução vamos tomar. Dizemos que vamos de taxi - para não ficar por baixo- e me preocupo quando passa um taxi amarelo em direção ao Rio vazio já que eu havia dito da dificuldade de pegar um taxi naquela estrada pois não queria que meu tio soubesse daquela dúvida sobre que condução pegar, pois aquilo seria denotar falta de grana.

Meu tio toma seu ônibus e seguimos eu e minha mãe pela estrada discutindo sobre a condução. Ela fala que não tá podendo, mas tanto eu quanto ela temos o dinheiro, mas estamos hesitantes para não gastá-lo. Até que decidimos pegar um taxi e paramos em um ponto de ônibus onde há muitas pessoas.

Parece que aquelas pessoas seguirão para São Cristóvão. Cogito de irmos juntos, pois lá já é Rio de Janeiro e fica mais fácil irmos para Ipanema. Em seguida para uma van sprinter do outro lado da estrada e aquelas pessoas se organizam em uma fila. Eu pergunto a razão e alguém me responde que aquela é a condução que vai deixar em frente ao Pavilhão de São Cristóvão e custa R$ 3,35. Eu fico confuso se pegarei ou não a van, pois acho que é impossível que caiba todas aquelas pessoas nela.

Nesse ponto eu estou na fila e quem está comigo é J.C. Há repórteres com câmeras relatando aquela situação e fala da dificuldade de se tomar um ônibus ali. Um ônibus - e não a van- para ali e as pessoas na fila já se preparam para pegá-lo. O repórter narra, dizendo que para pegar o ônibus vale a lei de quem tomar primeiro, algo como a lei do mais forte e que somente até a terceira pessoa a entrar no ônibus consegue entrar com calma.

A entrada do ônibus está próxima da parte onde estou. Assim sou a quarta pessoa a entrar nele junto com J.C. O repórter mesmo vi junto com o câmera mostrando a situação, mas entro tranquilamente no ônibus e me sento ao lado de JC em uma das primeiras cadeiras enquanto o ônibus vai enchendo.

Nesse momento tomo a mão dele o que o espanta. Digo-lhe que como ele já estava na fila há mais tempo, diferente de mim, alguns poderiam reclamar que furei fila. Mas como somos um casal entramos juntos. Que se fosse um homem e sua esposa/namorada etc ninguém reclamaria, então era para deixar claro que estávamos juntos. E nos damos as mãos.

O ônibus enche com várias pessoas em pé. Uns olham para nós de soslaio e outros estão indiferentes. O ônibus parte para seu destino.

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