Monday, January 14, 2008

Justiça

Na sala de aula a professora repreende alguns alunos. Algo nela me lembra a professora Maria Luisa de Matemática, apelidada na época como "cachorrinho", mas esse apelido no sonho não aparece. Enfim, enquanto ela repreende um aluno, a pessoa sentada atrás de mim na fileira da direita faz uma brincadeira de morder o meu braço. A professora vê a cena e começa a querer me humilhar em sala de aula. Diante disso, armo um barraco, e xingo-a e a desautorizo, dizendo que a ação dela é completamente arbitrária e que a lei está do meu lado.

Ela me expulsa da sala, mas a ameaço, dizendo que meu pai é advogado e que entende de lei o suficiente para entrar em uma ação na justiça contra ela. Saio de sala de cabeça erguida e com uma calça preta e uma camisa cinza "modernete" e cabelos para cima.

Encontro meu pai com supostos diretores do colégio, dizendo que ele está certo e que a tal professora se ferrou, será expulsa do colégio. Enquanto eles elogiam meu pai, os tais homens de terno e gravata, enquanto ele está lavrando uma terra gramada com uma enxada. Ele está na Amazônia, e quero ficar por lá, mas minha mãe me chama para a casa dela em Campos.

Estou em Campos, penso na mudança que eu fiz e me animo com a idéia de estar em uma casa que é minha. Me lembro de que a mudança foi fácil, mas me vejo preso em um quarto olhando para balões coloridos e parados por trás de uma janela de vidro um tanto sujo. Aquela imagem estática me deprime e digo a minha mãe que a presença perto do meu pai será fundamental para o meu documentário, que justamente fala das nossas origens e sobre a Amazônia. Ao mesmo tempo comento, aborrecido, que era horrível vê-lo trabalhando pesado em um lugar longe, visto que ele já era aposentado e precisava fazer aquilo para complementar a renda.

Depois anuncia na televisão um documentário, dirigido por um nome diferente, mas sinto que era o meu. Olho para a tela e me vejo em um terminal de ônibus. Dois rapazes saem de um ônibus laranja e reconheco um deles, que é o E.A de cabelos compridos.

Wednesday, January 09, 2008

Punch


Estou andando pela rua Pedro Américo. O tempo é algo entre o entardecer e o anoitecer, mas percebo que a medida em que subo a rua o tempo já escurece.
Em frente ao prédio da dona B. consigo ver a parte desta rua que tem calçamento de pedras- e não de asfalto como em sua primeira parte - e me deparo com T. que se aproxima de mim cobrando satisfações:

- O que você faz na minha rua?
- Nada, a rua é pública e ando por onde eu quiser e não lhe devo satisfações.
- Mas se você aqui está, é para me provocar.

Neste momento percebo o sangue fluir mais forte nas veias do meu braço esquerdo, o meu braço mais fraco. Fecho o punho e acerto-lhe um soco no meio da cara que o deixa desmaiado. Sigo em frente a rua, a tal parte com calçamento de pedras.