Thursday, June 03, 2010


Estou passando pelo Largo do Machado à noite. Olho para um grupo com muitos rapazes jovens, fazendo arruaça. Na minha cabeça, uma série de considerações filosóficas, antropológicas sobre a cena, sobre o Brasil quando mais a frente, ali mesmo na praça, tem um carro da PM parado. A molecada começa a zoar.


Um policial solta na minha frente, me barrando. Digo-lhe que não devo nada e que não faço parte do grupo, mas mesmo assim ele quer averiguar. Ele deve ter uns 30 anos, moreno claro, cabelos pretos, estatura mediana. Bonito. Vejo que ele se garante pelo fato de carregar um fuzil na mão e começamos a discutir. Ele reclama pelo fato de não querer mostrar-lhe a identidade, e digo-lhe que foi orientação do meu advogado.

Na discussão falo de que a exigência é algo de um lei autoritária, que não existe mais, desde que a Constituição foi aprovada. Ele toma aquilo como pessoal e eu lhe digo que o que ele faz faz parte do serviço dele e que ele está servindo a um sistema que o obriga a fazer as coisas daquele jeito. Ele continua me pertubando e dali a molecada se revela ser um grupo de traficantes armados e ordeno que eles fuzilem o policial sem piedade. Eles cumprem a minha ordem.