Friday, February 16, 2007

Segunda Chance


O homem está parado no caminho que ladeia a praça. Tem o rosto do mesmo ator famoso que sonhei no fim de 2003 em outra situação. Ele está vestido de preto, morto e os 3 anjos atrás dele dão uma chance dele voltar à vida exatamente no dia que ele iria conhecê-la pela primeira vez. Foi um encontro marcado, mas parece que em vida ele não foi conhecê-la. Era uma nova oportunidade dada pelos 3, de terno, gravata, altos, magros, um branco e dois negros. O homem hesita um pouco, o carro dela parado no cruzamento que sai da minha rua e que vai em direção à Avenida Beira-Mar. Ela parada espera. As imagens têm um tom um tanto cinza, como vídeo de fita gasta. Ele finalmente decide ir ao encontro dela.

Sunday, February 11, 2007

Supermercado II

O jornal na televisão anuncia com um certo estardalhaço que jovens de classe média encontraram um novo point para o tráfico de drogas: o supermercado. Aparecem imagens de circuito interno de TV dentro do supermercado e de alguma forma consigo ver a fachada do supermercado Zona Sul de Ipanema, o da Praça General Osório. Em meio a imagens de jovens comprando maconha e ecstasy no corredor que vende comidas congeladas, vejo imagens de outras pessoas passando no caixa, mas comendo chocolates e biscoitos sem pagar. A reportagem muda de assunto e fala do prejuízo que esse tipo de prática dá aos supermercados.

Enquanto isso já estou no mesmo supermercado com meu pai. Ele quer passar um vasilhame branco pelo caixa sem pagar. "Pai, o senhor não viu a reportagem? Isso não está correto!". Quando meu pai passa pelo caixa a moça fala que ele vai ter que pagar pelo vasilhame, alegando que se ele estivesse vazio ele não pagaria, mas o vasilhame está cheio de gasolina e por isso deveria pagar. Ela me mostra dois cupons fiscais em amarelo, um com o preço da compra sem o vasilhame que ela tinha batido inicialmente, em torno de 33 reais, e outra com o preço da gasolina, que aumentou a conta para 53 reais. Do lado dos preços dos produtos na nota há uma descrição detalhada sobre eles e ela me diz: quando for fazer compra não se deve pensar só no
aspecto quantitativo, o preço, mas também no qualitativo: as palavras. Depois meu pai dá para moça do caixa 10 reais pra caixinha de natal , e tanto eu quanto ela pensamos que estamos em dezembro. Mas depois nos damos conta que já estamos em janeiro. A saída do mercado lembra o das Sendas do Flamengo.

Tenho que arrumar as comprar e enquanto estou na expectativa de pegar algumas sacolas e meu pai outras, me dou conta que, por conta da operação dele terei que carregar todas. Em princípio coloco 2 sacolas na mão esquerda e 3 na mão direita. Só que percebo que na mão esquerda tem muita sacola pra pouco peso, então decido colocar a alface, que estava sozinha em uma sacola, dentro de outra e consigo pegar uma das sacolas da mão direita e equilibro, assim, o peso delas.

Vou andando com meu pai por um estacionamento na Tijuca. Um calor forte. Penso que pegaremos um taxi, mas ele decide ir de metrô, para minha insatisfação. Na parte lateral há uma igreja e vemos, no estacionamento, um camelô vendendo água. Reclamo da sede. Meu pai pergunta se não quero comprar água, mas digo que não senão vai me dar vontade de fazer xixi.
Prefiro beber a espuma que está em uma das sacolas, e ela mata minha sede.

No caminho para o metrô, temos que passar por uma velha galeria. Dentro dela há uma loja que vende chocolates. Meu pai oferece uma caixa de bombom serenata de amor, mas opto por uma barra de chocolate branco com castanha de caju. Quando eu vou pegar a barra, que está sob várias outras barras de chocolate, a pilha quase desaba. Meu pai se estressa, mas consigo evitar a queda e pegar o chocolate que eu quero.

Depois entramos em uma saleta onde há varias pessoas assistindo à Sessão da Tarde na televisão. Estão reprisando Cocoon e vejo vários velhos como Don Ameche e Jessica Tandy saindo da televisão como se fossem espíritos. Sai também uma mulher loira, mais nova, e estranho, pois achei que só os velhos poderiam ter aquele poder. Eu os sigo e vejo um portal em estilo romano, quadrado, de portas fechadas e os espíritos passam pela porta, entram no portal sem precisar abrí-lo. Fico parado olhando para os dizeres em estranho latim do portal enquanto vários espíritos, não só o dos velhos passam por ele.