Saturday, December 01, 2018

A Estalagem


Estou em uma caminhada peregrina em algum lugar da Região dos Lagos, que em certos pontos me lembra Guaratiba ou Angra dos Reis. Casas baixas com visão do mar ao fundo. Em uma parte da caminhada pode-se avistar uma cidade maior, talvez o Rio. Passamos eu, W, e A em frente a um lugar que parece uma estalagem. Tem uma porta de madeira grande e uma fechadura daquelas de filme de terror com uma argola redonda.

Estou com sede e bato lá na esperança de ter alguém para oferecer água. Mas ninguém aparece e ao mesmo tempo estou receoso porque acho falta de educação chegar assim na cara de pau. Ninguém aparece e sigo viagem com W e A, que até então não tinham dado confiança para a estalagem.

Sigo a viagem e daí percebo que a  peregrinação terminou, que o objetivo foi alcançado. No entanto A resolve refazê-la mais uma vez e vou, ainda que a contragosto. Lá pelas tantas estou passando de novo na porta da mesma estalagem e com muita sede. A bate na porta e ela imediatamente se abre. Acho estranho pelo fato de ter gente ali e ela só ter se aberto pra A.

Uma velha amável abre, conversa com A e parece que eles já se conhecem. Entramos na cozinha e bebemos água os três. A geladeira está aberta com algum doce dentro. Olho com vontade, mas fico na minha. A olha e já vai pegando com certa intimidade. A velha diz que ele é de casa e pode pegar à vontade. 

Eu pego um pedaço na mão, ainda com receio por achar que é falta de educação. É uma torta de morango feita com massa integral. A repete e eu fico só com aquele pedaço. W apenas bebe água.

Enquanto isso rola uma discussão se seguiremos viagem naquele mesmo dia. W diz que tem que ser logo porque a noite já se poderão ouvir tiroteios na parte da cidade. A insiste para que dormimos na estalagem e seguiremos pela manhã.

Vamos para os quartos, mas estou desconfiado da velha. Lá pelas tantas, espio-a no quarto dela e lá ela edita um video no qual aparece Valéria brincando com uma criança no momento em que chegamos na estalagem. Ela quer manipular as imagens e espalhar pelo whatsapp mostrando-a roubando um doce da criança ao invês de brincar com ela e dizendo "essa raça de gente não presta, tem que ser exterminada". Daí percebo que o doce de morando está contaminado por algum sonífero, Percebo que é um plano homofóbico da velha e acabo acordando.

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