Saturday, October 16, 2010

Sobre o Moinho, a ponte e a música


Tenho poderes de voar sobre a Ponte Rio Niterói, ainda que sem asas. Ao lado dela só há prédios entre eles o do Moinho Fluminense com letras pintadas em vermelho indicando o seu nome. Tem uma voz que me desafia a voar até lá, bem no alto. Venta bastante por lá e passar por aquelas estruturas, a cadeia de prédios enormes e a ponte, voar entre eles, é um grande desafio.

Na letra "O" do Moinho descubro uma espécie de escotilha em que há pessoas lá dentro observando a paisagem. Algo que parece ora com fundo de livraria, ora um planetário, ora uma construção que vi em um prédio no centro de Chicago em que há uma sala de uma estrutura para manter o equilíbrio de um arranha-céu. Um homem e um menino observam a paisagem, com o mais velho ensinando algo que eu desconheço.

Ao voar desafio a voz, os deuses, ou Deus, sejá lá o que for nesse sentido. Penso: se um avião colidir contra esse prédio, como seria impacto. Em seguida como em um trailer de possibilidades o acidente acontece e estou dentro de um ônibus que passa na ponte. Ali no ônibus penso em outras possibilidades: ou ele acelera, ou ele para ou ainda é capaz de voltar para trás. Os pneus voam pegando fogo como no clipe do Gorillaz. Depois penso em outra possibilidade: um dos pilares da ponte se racha. Isso ocorre de fato e o ônibus volta para trás.

Ainda na ponte, na volta, estou sobre o asfalto e encontro alguns amigos do colégio. Vejo o ônibus 741-D com a parte da frente estilhaçada e com as rodas de trás para cima. Pergunto ao Cleiton ou ao Jefre as horas e um deles me responde que são 18:21. Digo-lhes que tive um livramento, enquanto levanto as mãos para o céu e agradeço a Deus, repetindo sem parar sobre a graça alcançada, já que os olhares de todos no grupo são incrédulos. Cleiton me diz que é terça feira, dia de pegar o ônibus e que era incomum eu estar ali. Digo que é meu dia de estar ali sime aviso a alguém do meu lado que ele poderia estar ali, naquele ônibus, junto comigo.

De repente não estão mais aquelas pessoas comigos, mas alguém parecido com o J que insiste para que cantemos. Começamos a cantar "um homem pra chamar de seu". No começo sai tudo errado e desafinamos ao p-onto de pensar que ele quer cantar solo. No entanto, afino a voz e cantamos juntos. Parece que alguém tem uma câmera digital e quer jogar no youtube o dueto. Acho graça e continuamos a cantar, como na versão da Marina. Rimos muito e quando alguém diz que a filmagem é para valer, ele canta a primeira estrofe e eu a segunda. Lembro que em determinado momento canto "procuro a espada do seu salvador" e de bricadeira aperto-lhe por cima do short, enquanto achamos graça daquilo. No fim das contas ao imaginar que aquela cantoria vai parar na internet percebo que aquilo terá muito sucesso e ao mesmo tempo será muito ridicúlo.

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